domingo, 11 de julho de 2010

Roteirista das estrelas

Muitas vezes, quando estou triste
ou angustiada com alguma coisa,
vou para a janela, fico observando as estrelas
e começo a criar historinhas com elas.
Dou nomes, crio situações,
imagino o que elas pensam e sentem,
viro uma espécie de roteirista das estrelas.

Logo vejo algumas piscando, imagino que elas estão querendo chamar a minha atenção, desabafar, talvez sobre uma desilusão amorosa, a falta que sentem de alguém, ou quem sabe, me pedirem ajuda. A estas chamo de carentes, estrelas carentes.

As que caem eu não chamo de cadentes, chamo de solitárias e penso que se atiraram lá do céu para procurar no mar um refúgio — as estrelas solitárias viram estrelas-do-mar e depois que elas se encontram de verdade voltam a brilhar no céu.

Têm algumas estrelas que não brilham, são foscas, quase apagadas e ficam bem afastadas das outras, parecem que não querem ser notadas ou que se escondem de alguma coisa, de algum erro que cometeram e não tiveram coragem de pedir perdão, são as estrelas amarguradas. Será que elas ainda vão brilhar um dia? — penso. Difícil alguém brilhar com o coração desse jeito.

Fico um tempo ali tentando criar uma situação pra fazer com que elas aliviem os seus coraçõezinhos aflitos, e então, vou catando cada uma delas e coloco perto das estrelas-guias — as estrelas-guias são as mais iluminadas do céu, aquelas que direcionam e abrem os caminhos para todas as outras estrelas. Sei que elas não se importarão em passar um pouquinho do seu brilho. E em poucos segundos, já posso notar uma leve cintilância ao redor das amarguradas. Nesta fase de metamorfose, elas passam a se chamar agridoce.

Sempre vejo três estrelinhas juntas, imagino o quanto elas são felizes, nunca estão sozinhas, umas ajudam as outras. São as estrelas amigas — quem tem amigos sempre é mais feliz, em qualquer lugar que esteja.

E assim as horas vão passando e cada estrela que eu vejo vai ganhando um personagem e não há uma vilã ali, todas são protagonistas, cada uma tem um sentido especial e representam com maestria os seus papéis no roteiro que criei baseado em mim. E elas seguem guiando a minha noite, como um clarão no breu...

De repente, todos os refletores do céu se acendem de vez, são as minhas estrelinhas fazendo um espetáculo, como se percebessem as sombras tentando tomar conta do meu cenário e fizessem reverência para me iluminar e o resultado é um efeito especial de beleza ímpar. E as cortinas não se fecham no final.

Quando percebo, estou rindo! As estrelas sempre me fazem rir e me acalmam.

[Quem disse que não é possível tocar nas estrelas? Basta fechar os olhos, ficar na pontinha dos pés e imaginar, imaginar...]


6 comentários:

  1. Estrelas estrelas, gosto tanto!
    linda postagem, entrou no coração...

    Beijos, te sigo!

    ResponderExcluir
  2. Acho que tens uma estrela bem no coração. Ela se reflete em suas palavras.

    ResponderExcluir
  3. Também adoro admirar as estrelas. Adorei o texto! Beijos

    ResponderExcluir
  4. Pérola,

    Esse mundo mágico que possibilita esse tipo de viagem é arrebatador. Podemos fazer tudo conforme a nossa imaginar, por isso voamos.

    Adorei seu comentário lá no blog, espero não perder contato, viu?

    Beijo imenso, menina linda.

    Rebeca

    -

    ResponderExcluir
  5. As estrelas são mesmo fascinantes! Obrigada pelo carinho!

    ResponderExcluir
  6. Que a sua estrela brilhe sempre!
    Texto lindo!

    ResponderExcluir

Solte suas linhas!

Postagens Recentes Postagens Antigas Inicio